martes, 14 de abril de 2009

Estudo: herbicida mais usado na Argentina geraria deformação



A notícia em português no site Noticias Terra.

O herbicida utilizado no principal produto de exportação da Argentina, a soja transgênica, pode produzir malformações neuronais, intestinais e cardícacas, conforme um estudo científico divulgado nesta segunda-feira. O assunto causa polêmica porque o país é o terceiro mais exportador mundial do grão, além de ocupar postos importantes no comércio global dos derivados, como azeite e farinha. As informações são da agência EFE.

Segundo o professor de embriologia Andrés Carrasco, um dos autores da pesquisa, os resultados com os embriões anfíbios "são totalmente comparáveis com os que ocorreriam no desenvolvimento do embrião humano. O especialista explicou que as doses do produto utilizadas nas análises "estiveram muito abaixo dos níveis depositados nas pulverizações". Para ele, a situação "é muito mais grave porque o glifosato (presente no agente químico) não se degrada".

De acordo com Carrasco, a investigação determinou que "o glifosato puro, em doses menores como as utilizadas na pulverização da lavoura, gera deformações pode estar interferindo em algum mecanismo normal de desenvolvimento embrionário. "Isso tem a ver com a forma como as células se dividem e morrem", avaliou. "As empresas dizem que beber um copo de glifosato é mais saudável do que beber um de leite, mas o certo é que nos usaram como cobaias", criticou.

Anualmente, a Argentina utiliza entre 180 e 200 milhões de litros de glifosato, desenvolvido pela multinacional Monsanto. Desde a sua chegada no país em 1997, a empresa se expandiu por 18 milhões de hectares.

O Ministério da Saúde criou um grupo para investigar os problemas com agrotóxicos em quatro províncias. Nos últimos oito anos, foram registrados 300 casos de câncer em Ituzaingó, bairro com 5 mil moradores na periferia de Córdoba, associados às pulverizações com pesticidas.



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