martes, 18 de noviembre de 2008

Outra "subprime" a venda de carros financiados no Brasil...



Se assistem ao vídeo sobre as hipotecas subprime:

Nele se faz um resumo sobre uma das possíveis causas da crise financeira, os créditos "subprime" dados a pessoas que não podiam pagar e logo a venda de pacotes com esses créditos a outras entidades e assim rolando e rolando ...

No Brasil até faz pouco tempo nos intervalos da novela das 8 da Globo o único que havia eram propagandas de carros, as vendas chegavam a ser em até 100 parcelas!!.

A diferença (ou uma das diferenças) é que ao comprar um carro tenho muitos mais gastos que se compro uma casa:
ipva, seguro, garagem, etc. etc..

Alem disso um carro se deprecía muito mais rápido que um apartamento ou um imóvel...

Noticias nos jornais:









Da última notícia:

"A venda de automóveis sofreu uma queda expressiva em outubro que foi puxada, principalmente, pela redução no comércio de veículos com motor 1.0, os chamados populares. A participação dos carros mil caiu a 47,2% dos negócios, a mais baixa desde 1994. A média no ano é de 51,1%.

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, afirmou que a queda é reflexo da falta de crédito, fundamental para o acesso da baixa renda ao carro novo. "Quem mais sentiu a restrição de crédito de outubro foi a baixa renda. O crédito é importante para esse segmento", afirmou.

Os carros de 1.000 cilindradas nunca ficaram abaixo de 50% de participação das vendas desde 1994, quando essa categoria ainda se aquecia no mercado e alcançava 45,9%. Foi neste ano que o governo derrubou de 14% para 0,1% o IPI (Imposto de Produtos Industrializados) dos populares.

A partir daí, a participação só cresceu até atingir 74,6% em 2001, com os carros populares favorecidos pela baixa tributação.

Desde 2002, a fatia passou a encolher e, em 2004, o IPI dos veículos de até 1.000 cilindradas subiu a 9%, o que inibiu ainda mais as vendas dessa modalidade, que fechou com participação de 56,4% no ano passado.

Em outubro deste ano, os automóveis com motor 1.0 somaram 85.522 unidades, queda de 19,5% na comparação com setembro e de 12,6% em relação a outubro de 2007. Os veículos de 1.000 a 2.000 cilindradas somaram 92.792 em outubro, queda de 6,1% e de 1%, na mesma comparação. Os modelos com motorização acima de 2.000 cilindradas ficaram em 2.723 em outubro, queda de 10,5% e 9,6%.

A venda de automóveis caiu 2,1% em relação a outubro do ano passado e 11% em relação a setembro deste ano, maior queda entre meses desde 2003.

As montadoras culpam a falta de crédito pela redução das vendas de outubro, mas esperam uma regularização a partir deste mês, principalmente após notícia do Banco do Brasil que vai irrigar o crédito do setor com R$ 4 bilhões.

O presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, afirmou que só nesta semana já vai liberar R$ 1 bilhão. "Como as montadora têm uma fonte de captação importante no crédito interbancário, quando ele secou, eles tiveram que reduzir os prazos de financiamentos. Com a volta do interbancário, é natural que se volte a ter uma melhor acomodação dos prazos", avaliou.

Como a falta de crédito, os financiamentos também encolheram na comparação com os meses anteriores. As compras a prazo representaram 59% dos negócios em outubro deste ano e, as feitas à vista somaram 41%. No mesmo período do ano passado, as fatias eram de 65% e 35%, respectivamente.

Medidas


O ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou nesta quinta-feira, durante reunião do chamado Conselhão (o CDES, Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), uma série de novas medidas que, juntas, disponibilizam R$ 19 bilhões em linhas de crédito para diversos setores via BNDES (banco estatal de investimento) e Banco do Brasil.

A retração do crédito é o principal efeito da crise financeira no Brasil. O ministro confirmou ainda o adiamento no prazo de pagamento de alguns tributos para elevar o capital de giro do setor produtivo.

Durante seu discurso, Mantega avaliou ainda que, desde o fim de outubro, os mercados mundiais entraram no que ele chamou de momento de "calmaria". "A boa notícia é que o pior da crise está passando e já há sinais de arrefecimento."

O anúncio com valor mais alto refere-se ao BNDES, que terá mais R$ 10 bilhões para financiar o capital de giro de empresas e para empréstimos em linhas de exportação pré-embarque --ou seja, os valores serão usados para permitir as vendas externas. Em outubro, o governo já tinha liberado R$ 5 bilhões.

Outros R$ 5 bilhões, provenientes do BB (Banco do Brasil), serão usados para abrir uma linha de crédito para capital de giro de pequenas e médias empresas."




De um artigo de "O Estado de São Paulo":


"A edição de domingo do Estado divulgava, em matéria de Fernando Nakagawa, a situação da inadimplência nos financiamentos de automóveis, com atrasos de pagamento superiores a 15 dias, representando 11,23% do total dos empréstimos e acima de 90 dias, 3,83% do total (ou R$ 4,6 bilhões). Isso levou os bancos, em outubro, a reduzir em 14% os financiamentos de carros novos e em 40% os de carros usados, o que acarretou forte queda na produção das fábricas.

O perfil do crédito para as pessoas físicas mostra que 22% se concentram em operações consignadas (com a prestação descontada na folha de salário), mas cerca de 50% se destinam ao financiamento de veículos. Nem sempre os compradores calculam bem os gastos vinculados ao automóvel: seguros, IPVA, combustível, consertos, etc. Os compradores em dificuldades optam então por renunciar ao bem e voltar a usar transporte público, depois de fazer as contas e verificar que nem a venda do veículo lhes permite quitar a dívida.

O que está acontecendo no caso dos veículos, no Brasil, lembra o dos imóveis hipotecados nos EUA, em que a revenda da casa financiada se faz a um preço inferior aos créditos devidos, por causa da quantidade de imóveis oferecidos no mercado secundário.

As autoridades entenderam o perigo dessa situação, ao oferecer aos bancos das montadoras cerca de R$ 8 bilhões (Banco do Brasil e Nossa Caixa) para revitalizar o mercado. Já se nota uma retomada dos financiamentos graças à reação dos bancos. Para financiamentos de novos e seminovos, os juros, que haviam sido elevados de 1,5% ao mês para 2,5%, voltaram para 2,0%. A exigência de uma parcela à vista de 30% foi reduzida para 20%. No entanto, o prazo de financiamento, que em média era de 60 meses, foi reduzido para 30 meses.

Essas medidas devem propiciar alguma retomada das vendas (mas, certamente, não das exportações) e devem afastar os compradores que não tenham condições de pagar as prestações e, ao mesmo tempo, assumir as despesas de manutenção dos veículos.

Nesse quadro, de qualquer forma, não se pode contar com um retorno das vendas aos níveis registrados antes da crise. Mas pelo menos poderemos afastar o círculo vicioso em que o mercado dos usados entra num período de queda continuada, que o impede de exercer o papel regulador tradicional de facilitar um volume razoável das vendas de veículos novos.


Boa reação diante da inadimplência




Muitas pessoas se endividaram para comprar seu carro novo, muitos deles das classes "c" e "d" , muitos não poderam pagar as contas....

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